segunda-feira, 2 de julho de 2012



VOCÊ JÁ MORREU PARA O MUNDO?


*Araripe Gurgel


Texto Base: Cl 3.5
A carta aos Colossences cap. 3, no vers. 3 a 4, convida-nos a pensar nas coisas do alto, pois “já morremos para o pecado e a nossa vida está oculta com Cristo em Deus”. Essa vida plena será manisfetada na volta em glória do Senhor Jesus.
Enquanto Jesus não volta, a nossa conduta na terra deve refletir a imagem do novo homem que somos em Cristo. Quando cremos em Cristo, recebemos a vida nova (Cl 3.9-10). Paulo deixa isso claro: “Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo” (2 Co 5.17). Não é apenas um ato que acontece quando nos convertemos, mas um processo que dura a vida inteira.
Ninguém quer morrer. O medo da morte faz parte da natureza humana. Mas esse medo nem sempre é do desconhecido e sim de se perder o conhecido. Simbolicamente, toda perda é encarada como morte. Tememos nada ter de permanente na vida, somos escravos de tudo aquilo que temos e somos. Daí o medo de perder o emprego, perder a amizade, a saúde, a fama, perder a pessoa amada. Muitos resistem encontrar a Cristo porque isso significa perder a religião herdada dos pais.
Somente do morrer pode surgir um novo viver. Foi isso que Cristo propôs. Só não se converte quem não quer morrer para o velho ser. O novo só pode nascer quando o velho homem morre. Paulo exprimiu bem isso ao dizer: “já estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Cl 2.20). Morrer para si é uma necessidade para o amadurecimento espiritual. A palavra que Paulo usou para “morrer” é “nekrosate” que significa “matar”, “mortificar”.
Como é difícil morrer... Morrer para as lembranças amargas do passado. Que benefício algum traz em lembrá-las? É quase impossível morrer para o orgulho, as vaidades, as ambições, a avidez, morrer para ontem, para cada minuto, morrer para tudo que tem se acumulado e esvaziar-se cada dia do mais velho do ser. Quem não consegue morrer a cada dia que termina, vai acumulando suas dores e mágoas, até o ponto de se tornar seu interior um amontoado de entulho emocional que produz cinismo, indiferença, e rouba a jovialidade e o frescor da vida.
E para você, o que é a “morte”? É ter de pedir perdão a alguém, e ferir o seu orgulhoso ego? É sentir-se rejeitado? É ver a pessoa amada livre e solta fora do seu controle? Uma semente floresce e produz fruto somente depois que é lançada ao solo. Se o grão não morre, não desabrocha a beleza da flor. Quem vive egoisticamente, preservando-se, não pode produzir qualquer benefício, nem a si nem a ninguém. Daí Jesus dizer que “quem quiser preservar a sua vida, perdê-la-á” (Mc 8.35). Já reparam que tudo o que fazemos é para nos “preservar”, Deus quer nos “reconstruir”.
Costumamos repetir o ensino bíblico de que para quem está em Cristo, as coisas velhas já passaram (morreram). Passaram mesmo? Ou estão aí “vivas e atuantes”? Morrer é ceder, é abrir mão, é reconhecer que não se é dono de nada, é viver com o que tem como se não tivesse, é trocar o controle pela Graça de Deus, o domínio pela bondade. Morrer é abrir mão dos joguinhos mentais, dos esqueminhas montados para continuarmos sendo o que sempre fomos.
A graça de Deus manifestada em Cristo é suficiente para a nossa regeneração (novo nascimento), para nossa santificação e glorificação. Quando obedecemos, Deus age em nós salvando-nos e santificando-nos pelo seu poder. A vida em santidade não é carga pesada, pelo contrário, é alívio para os cansados e sobrecarregados! E você, já morreu hoje?

Nenhum comentário:

Postar um comentário